Quanto tempo seu filho passa diante da tela?
Nascer em uma “era” digitalizada traz muitos benefícios, no entanto, o excesso de tela pode se tornar danoso. Nestes casos, pais devem ser mediadores
Elas são coloridas, emitem sons divertidos e produzem movimentos. Os olhos dos pequenos ficam grudados e vidrados. Quase nem piscam. A mãe chama e eles não escutam. Nem percebem a hora passar porque estão completamente concentrados nas maravilhosas cenas que dançam sob seus olhos. Sim, estamos falando da relação inegável que há entre crianças e telas. Assunto polêmico, não é mesmo?
Seja tela de televisão ou tela de celular, as crianças já sabem como ligar e desligar. Até as menores abrem a câmera sem querer e tiram selfies. A maioria dos pais, ao abrir a galeria de fotos do celular, encontra, no mínimo, uma sessão bem engraçada com essas pequenas experiências de seus pequenos. E o que falar daquelas que só param de chorar quando começam a assistir um desenho animado?
Nesta “era” ultra tecnologizada, as famílias têm acesso facilitado aos aparelhos eletrônicos. Consequentemente, crianças são expostas às telas com frequência. Já era assim antes da pandemia e agora essa exposição aumentou mais ainda.
Foto ilustrativa*
O aumento e os riscos
Os dados não mentem. Uma empresa americana de tecnologia constatou que o uso de aparelhos eletrônicos por parte das crianças aumentou de duas a três vezes durante a pandemia. Ao todo, elas passaram a ficar 50% de seu tempo na frente de telas.
Um fator fundamental para o aumento tem a ver, é claro, com o fato de que durante dois anos as aulas aconteceram em ambiente virtual. Todo o processo estudantil passou a ser intermediado por telas. Além disso, estando de quarentena, não era possível sair para brincar com amigos no tempo livre. O que restou? Crianças concentraram-se ainda mais em jogos eletrônicos e animações.
O mundo é digital, e de alguma forma somos gratos pelas facilidades que isto trouxe à vida em sociedade. Pela tecnologia é possível conectar-se com espaços muito diversos, é possível acessar todo tipo de informações, falar com pessoas que (em um contexto pré-tecnológico) ficaríamos anos sem ver, meses sem falar. No entanto, é preciso saber identificar quando a relação de seus filhos ou alunos com a tela deixa de ser saudável.
Ficar muito tempo na frente de um celular ou televisão prejudica a criança. Afeta a visão, altera o horário de sono, inibe a interação social, distorce a percepção de realidade, modifica o comportamento, diminui o contato com a natureza. Um dos maiores riscos está no fato de que as telas estimulam e aceleram a produção de dopamina. Trata-se de um neurotransmissor que atua no sistema nervoso central, regulando as emoções e a percepção da dor. Produzi-la em excesso e em celeridade torna a criança dependente.
Para além desses riscos, ainda é preciso citar o fato de que a internet é um campo minado. É fato que muitos conteúdos são relevantes para crianças, assim como, também, há conteúdos impróprios para menores.
Foto ilustrativa*
Assuma o controle
Diante disto, o que fazer? Alguns pais são mais radicais, limitando completamente o acesso dos filhos às telas, principalmente no caso dos mais novos. É importante respeitar a decisão de cada família, mas é preciso entender, também, que isolar as crianças do mundo digital compromete muita coisa, sobretudo sua vida escolar.
Neste contexto, talvez já não seja mais possível viver sem as telas. No entanto, se pode e se deve estabelecer limites. Na relação entre crianças e tecnologia, os pais são mediadores. Controle a exposição de seu filho às telas. Reduza o tempo e fique de olho naquilo que ele acessa. Sugira outras atividades divertidas que podem ser feitas sem o celular e a televisão.
Especialistas da saúde e da educação defendem esse controle e sugerem que ele seja feito de acordo com a idade da criança. Quanto mais nova, menor deve ser o tempo de exposição. Ainda há outras variáveis para considerar: a qualidade do conteúdo, o horário do dia e até mesmo o local de acesso. Evite que seu filho assista algo de noite, antes de dormir, por exemplo.
E não se esqueça: a mediação do relacionamento entre crianças e telas deve ser feita com muito diálogo, sempre. Explique para seu filho por que você está limitando o contato dele com os aparelhos eletrônicos, alerte sobre os malefícios e escute o que ele tem a dizer.
As palavras de ordem, neste caso, se resumem a: cautela, equilíbrio, sabedoria e diálogo. As telas são polêmicas, mas você – como mediador – está no controle delas.
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