Biscoito ou bolacha?
No mês em que se comemora o Dia do Biscoito, confira curiosidades sobre esta iguaria e se divirta com a “polêmica” mais famosa do Brasil
Quem é que nunca entrou no debate terminológico mais conhecido do Brasil? Certamente você já foi convidado a opinar, em conversas entre amigos ou desconhecidos, sobre a expressão correta para definir o “tira-gosto” mais comum das terras tupiniquins. Afinal, é biscoito ou bolacha? Em julho (20) comemora-se o “Dia do Biscoito”. E para entrar no clima de férias resolvemos lançar esta amada polêmica com novos olhares para nossos leitores.
Para horror de muitos – principalmente dos paulistas – a palavra “biscoito” entrou na língua portuguesa antes do termo “bolacha”. O registro mais antigo que se tem em português da palavra “biscoito”, data de 1317. Já o primeiro registro conhecido da palavra bolacha, foi encontrado em 1543. Se há algum critério em que se possa embasar o “vencedor” do debate, seria este. Porém, na prática, ambos os termos podem ser utilizados para se referir as deliciosas guloseimas sem as quais, raramente, saímos do mercado. As duas palavras, quando observadas em sua etimologia, servem para explicar as formas como este alimento é produzido no Brasil.
Inclusive, você sabia que nosso país é o segundo maior produtor de bolachas/biscoitos do mundo? Segundo a Associação Nacional da Indústria de Biscoitos, o Brasil produz 1 tonelada e 200 mil bolachas ao ano. Além disto, este é um produto que está presente em 99% dos lares brasileiros.
A palavra “bolacha” tem origem latina. Vem de “bolo” (bulla), seguido do sufixo “acha”, que é um tipo de diminutivo. Portanto, “pequeno bolo” = “bolacha”. Neste caso, bolachas geralmente utilizam, em sua fórmula, fermento. Por sua vez, a palavra “biscoito” também vem do latim. É resultado da união de dois termos: “bis” (duas vezes”) e “coctus” (cozido). A nomenclatura chegou ao português através da palavra francesa “bescuit”, surgida no século 12.
O termo francês referenciava à necessidade, da época, de assar a guloseima duas vezes. Isto diminuía sua umidade e permitia que o alimento durasse mais tempo sem estragar. Hoje em dia, o “biscoito recheado” ainda utiliza esta prática. Na verdade, ele vai ao forno 4 vezes antes de ser empacotado.
Historiadores contam que o primeiro biscoito foi criado pelos gregos, quando juntaram mel, leite e canela à uma receita de pão egípcio. A partir deste experimento, o biscoito se tornou uma iguaria. À época, o especialista em sua fabricação (geralmente um escravo) era altamente disputado, podendo ser até roubado de seus donos por possuir esta sabedoria. As receitas, por sua vez, eram passadas de pai para filho, mantendo nas famílias os segredos da fabricação.
A arte de fabricar um biscoito contou, também, com a participação dos romanos (que projetaram fornos especiais para torna-los crocantes); dos árabes (especialistas em misturar especiarias e ingredientes, além de serem responsáveis por introduzir a iguaria na península Ibérica); e dos Ingleses (que em meados do século XVII, adicionaram essências, chocolates e chás para criar novos sabores e aumentar vendas).
Outra interessante curiosidade é que os Grandes Descobrimentos marítimos foram sustentados por uma dieta de biscoitos. Você sabia que esta era a base da alimentação dos marinheiros nas caravelas? Como biscoitos eram capazes de durar meses, este alimento era ideal para viagens longas. Mas para apreciá-los, era preciso molhar o biscoitinho na sopa ou chá.
O biscoito mais famoso da história foi criado em 1874, em comemoração ao casamento do Duque de Edimburgo (um inglês) com a duquesa Maria Alexandrovna (uma russa). Para a ocasião festiva, realizada no Palácio de Inverno de São Petesburgo, e para homenagear a noiva, uma pequena padaria inglesa criou o biscoito “Maria”. Uma das receitas mais conhecidas mundialmente hoje.
Já deu para perceber que esta delícia – biscoito ou bolacha – tem uma história imponente e curiosa. Sua invenção remonta à origem da civilização ocidental e a um amontoado de experimentos no decorrer do tempo. Ninguém pode negar: um biscoitinho melhora o dia, não é mesmo? Nestas férias, que tal inventar um pouco na cozinha preparando biscoitos para a família e amigos? Segue uma receitinha super fácil e bem gostosa.
Biscoito de Maisena com leite condensado
Ingredientes:
1 lata de leite condensado
500 gramas de amido de milho
200 gramas de margarina
Modo de fazer:
Junte todos os ingredientes em uma bacia. Misture com a colher, depois com as mãos, até que a massa obtenha uma consistência homogênea e lisa. Daí é só modelar os biscoitos no formato que quiser. Disponha-os em uma forma untada, com uma distancia de 2 centímetros entre cada biscoitinho. Leve ao forno, em fogo baixo, por 10 minutos (ou até dourar). Depois de retirar do forno, espere esfriar para que fique bem crocante.
Gostou da ideia? Uma coisa é certa: presentear biscoitos é um gesto simples, mas repleto de elegância e afetividade. Que tal compartilhar um pouco disto com as pessoas ao redor?
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