Alfabetizar a distância: desafio para pais e professores unidos
Com estrutura e parceria, a educação avança, mesmo com os desafios da pandemia
Tal qual uma chave que abre portas para novos caminhos, assim é o aprendizado da leitura na vida de uma pessoa. A partir do momento que se aprende a associar letras e sons para formar palavras, um novo mundo se descortina diante dos olhos. Não é por acaso que a alfabetização está na base do desenvolvimento escolar, pois o sucesso dessa etapa determina, em grande parte, o que será a jornada acadêmica do aluno.
Tradicionalmente, é na sala da aula, no ambiente da escola, o lugar de se aprender a ler. Os professores são os grandes responsáveis em apresentar o mundo das letras aos pequenos e conduzi-los, à medida que aprendem, nos primeiros passos deste caminho. A chegada da pandemia do novo coronavírus e as necessidades por ela impostas trouxeram importantes transformações para a vida de todos e, também, para a escola.
Não alheia a essa realidade, a Rede de Educação Adventista no sul do Brasil adotou a modalidade de aulas remotas, inclusive para os primeiros anos da educação infantil. Com isso, a casa virou sala de aula e os pais se viram desafiados a tornarem-se professores auxiliares. Iasmin Santana de Sousa Marinho, professora da turma de Pré-escola, na unidade Afonso Pena em São José dos Pinhais (PR), relembra o início da sua experiência com as aulas remotas. “A minha principal preocupação foi pensar em como ministrar minhas aulas mesmo com os poucos recursos tecnológicos que eu tinha. Precisei aprender e inventar algumas coisas da noite para o dia”, relembra.
Preparar aulas criativas e atraentes para as crianças, promover a socialização – ainda que mediana – por uma tela, e manter os pais engajados nesse processo, foram alguns dos outros desafios enfrentados pela professora. Porém, boas estratégias, somadas a uma parceria sólida entre pais e educadores, resultam em histórias de sucesso.
Histórias como a do pequeno Isaac, filho da administradora Evelyn Zorek que aprendeu a ler com a ajuda da professora Iasmin e dos pais, mesmo em um contexto tão desafiador. Na conversa a seguir, a administradora divide a sua perspectiva desse processo e as lições que ela tem aprendido. Confira:
Que tipo de adaptações foram necessárias para que ele conseguisse ter um bom aproveitamento das aulas?
Realizamos um cantinho de estudo para estimular ele e para auxiliar na concentração. Além de readaptação do nosso tempo para auxiliar o Isaac com as atividades escolares.
O que é mais desafiador nessa modalidade de educação para os pequenos?
Em um primeiro momento: tudo. O Isaac frequenta a sala de aula desde 1 ano e 6 meses, ele sempre amou ir à escola e vimos o quanto ele sofreu em não poder ir, estar junto com os amigos. Mas, como em tudo, as crianças são as primeiras a conseguir se adaptar, levou um tempo para ele entender como aconteceria a “hora da escola”, mas as aulas do zoom trouxeram alento para ele. Após a adaptação vemos que o mais desafiador é manter a atenção deles em sua aula. No ano passado, era aproximadamente 1 hora de aula no zoom, e passava mais rápido. Hoje, com mais de 4 horas, ele cansa.
A estrutura oferecida pela escola fez diferença? Como?
Com certeza, vimos à diferença entre a unidade da Escola Adventista em que o Isaac estava estudando no ano passado e outras instituições de ensino. No nosso caso, rapidamente pudemos ter acesso à plataforma de ensino da Rede, o E-class School, onde a professora Iasmim sempre deixava o conteúdo para ser realizado. Junto com o conteúdo ficava também um vídeo explicativo. Além das aulas via zoom, tivemos algumas interações mais próximas com a professora via chamada de vídeo. O objetivo é que ela conversasse com o Isaac, explicando algumas correções, e assim ele conseguia ter uma compreensão melhor dos conteúdos. Algumas vezes ele também recebeu o feedback dela via vídeo o que os deixou muito mais próximos.
Que lições foram aprendidas (e ainda são) com a experiência da alfabetização do Isaac à distância e das aulas em geral?
Embora já fôssemos incentivadores da educação do Isaac, as aulas à distância vieram para reforçar que, como pais, precisamos estar o mais próximo possível da formação do nosso filho e da escola. Esse elo entre a família e a escola nos proporcionou grandes resultados no processo de alfabetização do Isaac.
Final Feliz
A professora Iasmin não esconde a sua alegria ao relembrar a trajetória do Isaac. “Ele era o mais novo da turma em 2019 e a preocupação com sua alfabetização era grande. Mesmo diante de todos os desafios Isaac provou que é possível”, conta. Enquanto houver condições e vontade por parte de professores, alunos e pais nossas crianças continuarão se desenvolvendo. Seria incrível se todas tivessem a oportunidade de Isaac.
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